Embora tenhamos uma idéia formada do que é o equilíbrio, assim como de outras palavras facilmente reconhecíveis à nossa língua e cotidiano, cada pessoa possui um conceito particular das coisas. Ou melhor, cada palavra, objeto ou imagem, vibra em cada um de nós de uma maneira bem pessoal. Isso porque carregamos em nosso inconsciente uma memória celular, fetal, genética que faz com que reajamos às palavras, pessoas, situações, sentimentos, acontecimentos e a tudo apenas sob o ponto de vista de nossos determinismos e condicionamentos, ou seja, da nossa história, do nosso passado. E é bem importante que tenhamos bem claro isso em mente que tudo que nos acontece hoje é resultado de nossas crenças do passado, impostas por vozes internas que não são nossas muitas vezes.
Mas então o que vem a ser equilíbrio afinal? O que pode nos desequilibrar? E o mais importante: qual é o Tao (caminho) do equilíbrio?
Segundo os dicionários de nossa língua, a palavra ‘equilíbrio’ possui algumas das seguintes definições:
1. Fís. Estado de um sistema que é invariável com o tempo.
2. Manutenção de um corpo na sua posição ou postura normal, sem oscilações ou desvios.
3. Igualdade, absoluta ou aproximada, entre forças opostas.
4. Fig. Boa proporção; harmonia.
5. Fig. Estabilidade mental e emocional.
6. Fig. Moderação, prudência, comedimento, autocontrole, autodomínio, controle.
7. Fig. Estado inalterável.
8. Fisiol. Função que assegura a projeção do centro de gravidade do corpo humano no interior do polígono de sustentação, tanto em condições estáticas quanto dinâmicas.
Shiva na sua versão Nataraja (o criador mitológico do yoga na sua versão deus da dança). nessa posição de equilíbrio, Shiva simboliza a força e sabedoria obtidas ao vencermos o monstro da ignorância e afastarmos o medo.
Já o desequilíbrio, numa definição simples, é o oposto de todas as definições sobre o equilíbrio. E é bem mais fácil nos pegarmos em desequilíbrio do que em equilíbrio ao longo da vida. A resposta para isso é porque muitos de nós temos nos descuidado e aí damos a deixa para que o desequilíbrio se instale e tome conta de nossa existência. E você sabe como ele se manifesta? Simples: fazendo com que tenhamos stress, fiquemos doentes, vivenciemos conflitos internos e externos, tenhamos acidentes. Ahã, isso mesmo.
Mas calma, relaxe, está tudo bem. Tudo isso acontece porque de uma forma ou de outra o nosso inconsciente tem de nos avisar que estamos no caminho errado, que precisamos acordar para o belo e o bom da vida e entender que mente, emoções e corpo têm de ser entendidos como o todo integrado de nosso organismo e não como partes isoladas do seu ser. Mente, emoções e corpo trabalham de forma integrada o tempo todo, e, se uma delas não vai bem, compromete o bom andamento das outras. È assim que funciona sempre. Esta é a lei da atração: semelhante atrai semelhante. Se você estiver em desequilíbrio, vivenciando pensamentos e emoções ruins sem estabilidade emocional e mental, você criará como conseqüência situações negativas e desagradáveis para sua vida, para o seu físico, ou seja, aquilo que você justamente não quer. Porque sua energia vibracional ruim atrai o que é ruim.
Uma vez um sábio homem, que conhecemos como Buddha, disse:
“ Tudo o que somos é resultado do que pensamos.”
Adquirindo coragem de enfrentar a nós mesmos, nosso ego, nossas resistências, nosso apego a padrões de pensamentos e emoções ultrapassados e nocivos a nossa saúde fica mais fácil vislumbrar o caminho do equilíbrio. Precisamos largar mão de insistir em ficar em nossa zona de conforto, vivendo do passado que não permite que o nosso presente seja como um presente como o próprio nome já diz.
Assim, nos libertando de nossas resistências, que se traduzem em justificativas que damos a nós mesmos evitando a mudança, estaremos focando no que queremos, ao invés de falar, atrair e viver justamente o que não queremos.
Muitas vezes não é fácil fazer essa lição de casa sozinho, sendo recomendável procurar a ajuda de um terapeuta para nos ajudar a traçar o caminho rumo ao equilíbrio. As opções em estudos e terapias alternativas são ínfimos e os caminhos também são dos mais variados para alcançá-lo, veja apenas alguns exemplos:
- Yoga,prática que integra mente, corpo e emoções por meio de técnicas, como a meditação, que te levam a alcançar uma saúde física, mental e emocional, indispensáveis para o seu bem estar e qualidade de vida;
- Linguagem do Corpo, conhecimento dirigido a diagnosticar o que há por trás de doenças e desconfortos físicos, por meio de sua característica corporal ,ajudando-lhe a ficar em paz consigo mesmo através de uma mudança mental positiva na sua relação com o corpo;
- PNL(Programação Neurolinguística), meio pelo qual você consegue treinar uma nova forma de pensar , mais positiva e assertiva, libertando-se de condicionamentos que atrapalham à sua vida ;
(foto de Michelle do Prado para a campanha Bradesco 120 idéias, tirada pelo fotógrafo Jair Lanes)
Entenda que o melhor caminho é aquele que faz de você uma pessoa melhor e feliz, que te dê de presente o encontro consigo mesmo e que funcione como um pacto entre você e você mesmo, no sentido de selar para o universo que hoje e sempre, nada e nem ninguém é capaz de tirar de ti e de seu coração o prazer de viver a vida, respirando a vida sem culpa, medo, frustração, raiva e todas as outras emoções ruins, apenas preservando a alegria de viver a vida com amor, compaixão, esperança, sorriso estampado na cara, enfim, o contentamento – santosha, um dos preceitos éticos do yoga.
Faça todos os dias com você mesmo pactos de bom humor, de vivenciar e deixar-se alimentar apenas por aquilo que for bom e belo. Alimente todos os seus sentidos apenas com o que há de melhor nessa vida, viva o santosha na sua essência.
Antes de tomar uma decisão, de executar uma escolha pergunte ao seu coração se você deve seguir adiante. Se ele lhe enviar sinais de conforto, é porque este é o caminho certo a seguir, caso contrário por favor se desapegue e não vá adiante.
“O essencial é mesmo invisível aos olhos” , já dizia Saint Exupéry em seu livro o Pequeno Príncipe. Fica então minha mensagem final de carinho a todos:
“Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum – para si mesmo ou para os outros – abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (…) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias…..Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma.” – Carlos Castañeda, em Os Ensinamentos de Don Juan.
Namastê!
Por Michele do Prado
yogamprado@gmail.com
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